terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Calculista - Pt.2 (e final)

O pátio onde eu realizava os desafios, estava sempre cheio. Uma massa de toneladas, espalhada em pedaços de quilos, tentava retirar-me de minhas circustâncias. Sempre em vão. Mal sabia eu que ali no meio, minha ruína contemplava o céu, como que dialogando com os deuses, o plano de destruição do meu ser. Porém, quem encontrou o algoz, fui eu próprio. Fui em quem libertei a fera. Seu corpo era firme e jovem. Os olhos, que pareciam um reflexo do céu acima, mas também poderiam ser janelas para um novo e virgem oceano. Os cabelos eram feitos de raios solares. Fêmea, com seus seios deformando um vestido de cores mil. Algo naquela fêmea sacudiu meu ser. Ela parecia entediada. Era cúmplice de meus sentimentos! Percebi ao olhar detalhado! Merecia uma devida atenção e diversão. Mesmo tendo o destino da não vitória, que eu já havia traçado. Ao menos, poderia notar-me. Chamei-a por seus adjetivos (linda jovem, olhos de Poseidon, cabelos de Apollo!) e prontamente, ela mirou em mim. “Deseja um bocado de distração? Será que consegue propor-me o cálculo inssolucionável?” Ela começa a caminhar em minha direção. “Sou o mestre do cálculo e não há quem me derrote”. Ainda mirando em mim, continuando a andada. “Dou-lhe a chance de... tentar derrotar-me c-com a-apenas uma p-pergunta” Pelos deuses! Ela está a um palmo de mim! Coloca os braços envolta de meu pescoço! “J-jovem, q-que é isso?” Seus lábios falam com os meus em línguuas jamais compreendidas. Estou em êxtase. Ela para. Olha-me nos olhos novamente, com aquele olhar que agora amo e temo. Esmoreci. Ela simplesmente, sussurou:

- Você consegue contar as batidas de seu coração?

Não consegui, falhei. Derrotado, por um beijo.

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